sexta-feira, 23 de março de 2018

Peças arqueológicas de Castelo de Vide em exposição no Palácio de los Águila (Ciudad Rodrigo, Salamanca)


Ontem pelas 13h00 no Palácio de los Águila (Ciudad Rodrigo) foi inaugurada a exposição “Fortificaciones, poblados y pizarras. La Raya en los inicios del Medievo”, pelo projecto Fortific-Arte, do Consórcio Transfronteiriço de Cidades Amuralhadas, a Câmara Municipal de Almeida e o Ayuntamiento de Ciudad Rodrigo, tendo como comissário o professor Iñaki Martín Viso da Universidade de Salamanca.

A exposição tem como objectivo dar a conhecer uma parte da história que tradicionalmente se tem considerado muito obscura: a Alta Idade Média. Graças aos trabalhos arqueológicos mais recentes e às novas linhas de investigação, tem vindo a ser possível lançar luz sobre estes séculos sombrios, posteriores à queda do Império Romano do Ocidente.


Neste contexto, fruto dos labores do PramCV em colaboração com a Câmara Municipal de Castelo de Vide, uma selecção de peças arqueológicas castelo-videnses integram a exposição.

Face à escassez de contextos camponeses alto-medievais conhecidos na Península Ibérica, as realidades arqueológicas de Castelo de Vide merecem o devido destaque. No vídeo de divulgação apresentado no espaço da exposição são também referidos os trabalhos em Castelo de Vide, como ponto de comparação com o povoado camponês de La Genestosa (Casillas de Flores, Salamanca), intervencionado no âmbito de um projecto de investigação da Universidade de Salamanca:



Proximamente será publicado o catálogo da exposição onde serão incluídos textos da responsabilidade dos investigadores que trabalham os contextos apresentados.

As peças arqueológicas castelo-videnses em exposição foram recuperadas em trabalhos de escavação levados a cabo pela SACMCV (Secção de Arqueologia da Câmara Municipal de Castelo de Vide) nos anos 90, na zona da Barragem de Póvoa e Meadas, nomeadamente, na Tapada do Manuel Antunes e nos Remendos do Manuel Antunes.

De facto, a zona da actual albufeira é marcada por uma profusão de vestígios de várias épocas históricas. Para o período alto-medieval reconhece-se um conjunto impressionante de vestígios de casas, associadas a muros de pedra que delimitam parcelas agrícolas, currais para o gado e ainda lagares de azeite. Junto a estas estruturas encontram-se sepulturas escavadas na rocha, e também sepulturas de lajes, normalmente em pequenos grupos. São os vestígios de zonas de enterramento próximas das áreas domésticas, como uma espécie de panteão familiar. Estes vestígios são evidência de que esta área foi intensamente ocupada por comunidades de camponeses durantes os séculos VI e VII.

Os contextos arqueológicos alto-medievais reconhecidos na área da Barragem de Póvoa e Meadas encontram muitos pontos de contacto com o modelo de povoamento que se caracterizou na área do Vale de Galegos, na sequência das escavações arqueológicas levadas a cabo pelo PramCV, em sítios como a Tapada das Guaritas e a Tapada das Freiras.

A possibilidade de cruzar os dados obtidos nos trabalhos mais antigos da SACMCV com a informação recuperada no âmbito do PramCV tem permitido obter uma imagem cada vez mais clara do passado deste território, e reconstruir os modos de vida das comunidades de camponeses que viveram em Castelo de Vide no período alto-medieval. 
Notícias sobre a exposição:



 

domingo, 2 de julho de 2017

PramCV: actividades verão 2017


O PramCV está de volta a Castelo de Vide para mais um Verão de trabalhos arqueológicos e actividades de divulgação científica.

Este ano, durante o mês de Julho, investigadores do projecto e alunos da licenciatura em arqueologia da FCSH irão levar a cabo uma escavação arqueológica no Vale de Galegos. Este trabalho pretende intervencionar diferentes estruturas alto-medievais, nomeadamente, duas áreas habitacionais e um lagar de azeite, vestígios arqueológicos das comunidades camponesas que ocuparam este território durante o período alto-medieval. 


Em paralelo com os trabalhos de investigação arqueológica serão também levadas a actividades de divulgação que visam a valorização do património arqueológico de Castelo de Vide no âmbito de uma prática arqueológica científica, acessível a todos. 


 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

PramCV no Andanças 2016!



Começou hoje A 20ª edição do festival de dança e música popular Andanças http://www.andancas.net/2016/pt/ (1 a 7 de Agosto na Barragem de Póvoa e Meadas, Castelo de Vide).



“O Andanças é um festival que promove a música e a dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas. Com um olhar dos dias de hoje, o Andanças propõe-se reavivar hábitos sociais de viver a música retomando a prática do baile popular através de múltiplas abordagens às danças de raiz tradicional, portuguesas e do mundo, com vista à recuperação das tradições musicais e coreográficas, fundindo-as com elementos contemporâneos.” http://www.andancas.net/2016/pt/24/o-andancas/conceito

No âmbito da programação local do festival, os investigadores do PramCV vão realizar visitas guiadas e passeios a sítios arqueológicos localizados na envolvente da barragem!

Estas actividades pretendem dar a conhecer os principais vestígios arqueológicos conhecidos nesta área do concelho e aproveitar para promover o interesse e a salvaguarda do património entre os participantes do festival.

3ª f (18:30 - 20:30) Danças com a Morte: Visita ao cemitério medieval da Boa Morte http://www.andancas.net/2016/pt/prog/2321/

5ªf (17:00 - 20:00) Caminhada arqueológica (Participação especial João Magusto) http://www.andancas.net/2016/pt/prog/2318/

5ªf (21:30 - 23:30) Visita Nocturna ao Menir da Meada   

Participem!